Estamos
na Semana Santa, tempo forte de meditação e celebração da Paixão, Morte
e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e um dos maiores símbolos
deste período é justamente a imagem do Senhor Morto que é conduzida na
procissão de Sexta feira Santa. Em nossa Matriz temos uma imagem do
Senhor Morto que é admirada por muitos fiéis e visitantes, além de ser
um dos “orgulhos” do granjense. Mas você sabe qual a origem desta
imagem?
A imagem foi fabricada em Paris (França) e foi
mandada vir a crédito dos Srs. Joaquim Pereira de Oliveira e filhos, a
quem a paróquia de Granja ficou pagando por prestações. A despesa desta
imagem foi de 533$900 (quinhentos e trinta e três mil e novecentos
réis). A benção desta imagem foi realizada na matriz no dia 19 de março
de 1916, sendo oficiante o Revmo. Pe. Dr. José Tupynambá da Frota, bispo
eleito de Sobral e foram seus assistentes os Revmos. Padres Antonio
Candido de Mello e Manoel Soares. Era pároco de Granja o Revmo. Pe.
Vicente Martins da Costa. As ofertas dos paraninfos da benção rendeu
176$270 (cento e setenta e seis mil, duzentos e setenta réis).
É interessante notarmos aqui que a imagem foi paga
pela família Oliveira a quem a paróquia ficou depois reembolsando a
prestações. Pe. Vicente Martins escreveu no livro de receitas e despesas
da paróquia (1907 a 1935) que os saldos das festas no ano de 1915
tinham sido abaixo da média devido a grande seca que houve no estado,
diminuindo assim as ofertas do fiéis. Vale lembrar também que no ano de
1915 a Paróquia de Granja tinha adquirido outras duas imagens para a
Matriz, que são justamente as imagens do Sr. Bom Jesus dos Passos e de
Nossa Senhora da Soledade. Com certeza quando o ilustre eclesiástico
adquiriu essas imagens não imaginava a grande seca que estava por vir. Tudo isso levou a Paróquia a ficar no “vermelho”.
O sepulcro para a imagem do Senhor Morto, o andor e a
cruz de madeira que se leva na procissão de Sexta feira Santa foram
confeccionados por José Affonso Pereira Moreno, a quem foi pago, no dia
04 de agosto de 1916, a importância de 30$000 (trinta mil réis)
referente aos serviços. Com esta reforma o altar do Bom Jesus dos
Navegantes passou a chamar-se altar do Calvário ou do Santo Sepulcro,
pois nele estavam expostas as principais imagens da Quaresma e Semana
Santa de Granja. Vale lembrar que esta Capela já existia em 1792 e
pertencia à extinta irmandade do Bom Jesus dos Navegantes, sendo este
título o do grande crucifixo que ainda hoje vê-se nela; é a esta
Irmandade que deve-se os seus primeiros ornatos e douramentos.
A seguir, alguns movimentos realizados pelos granjenses no ano de 1916 para o pagamento da imagem do Senhor Morto:
13 de junho de 1916
Benção da imagem de Sant’Ana mandada vir pela Exma.
Sra. Da. Mundoca Gouveia para a Capela de Santo Antonio. As ofertas para
esta benção rendeu a importância de 41$200 (Quarenta e um mil e
duzentos reis) e este dinheiro foi usado em favor da imagem do Senhor
Morto.
20 de junho de 1916
As senhoritas Graça Gouveia, Josy Gouveia, Letícia da
Fonseca e Eduardo Martins em companhia do Pe. Vicente Martins da Costa
fizeram uma coleta em favor da imagem do Senhor Morto. As esmolas
renderam 145$700 (cento e quarenta e cinco mil e setecentos réis).
04 de outubro de 1916
Espetáculo organizado pelos distintos amadores do Teatro Granjense sob a direção de Antonio Porto em benefício da imagem do Senhor Morto. O saldo deste espetáculo rendeu 43$500 (quarenta e três mil e quinhentos réis).
02 de janeiro de 1917
Pastorinhas sob a direção da Exma. Sra. Da. Mundoca Gouveia em benefício da imagem do Senhor Morto. O saldo desta apresentação foi de 37$600 (trinta e sete mil e seiscentos réis).
10 de janeiro de 1917
astorinhas em benefício da imagem do Senhor Morto. O saldo desta apresentação foi de 36$000 (trinta e seis mil réis).
PESQUISA HISTÓRICA: Everton Oliveira
FOTOS: Fellipe Barros
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