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PARAZINHO - Histórico

A História

VIVA NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO !!

Neste domingo, dia 02, comemoramos do Dia de Nossa Senhora do Livramento. Em alusão a data resolvi publicar para os amigos um pouco do que sei sobre a Festa do Parazinho.

A HISTÓRIA DA FESTA DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO DO PARAZINHO.

Conta-se que nos idos de 1700, uma embarcação a vela conduzindo especiarias, partiu da Capitania de Pernambuco com destino ao Ceara. Após vários dias de penosa viagem, formou-se um terrível temporal. Era noite. No céu o relâmpago fendia o espaço e o trovão escoava de lado a lado. O vento rígido que soprava com fúria, rasgara a vela, e o mar ameaçava afundar a frágil embarcação com os seus tripulantes.

Aterrorizados pela violência da tempestade, os navegantes rogaram a Nossa Senhora do Livramento, a quem por devoção costumavam recorrer, fazendo o voto que se escapassem com vida, no lugar em que encontrassem “gente mansa” que lhes pudesse socorrer, ergueria um altar em louvor a excelsa Virgem do Livramento.


A navegação foi a pique nas proximidades de Jericoacoara com toda a carga e alguns tripulantes. Porém, três náufragos (é o que se tem notícia) sobreviveram e chegaram à costa que então era habitada por índios selvagens. Temerosos, percorreram as praias enfrentando o sol escaldante, além da fome. Em busca de sobrevivência, seguiram pela mata virgem e encontraram um pequeno lago. Deram continuação a caminhada margeando o riacho que era afluente do mesmo. Já sem esperança de vida, ouviram um tiro vindo de uma colina e seguiram em direção do som. Ao se aproximarem avistaram uma pequena nuvem de fumaça e lá encontraram um humilde caçador em uma choupana que no momento preparava uma fogueira para lhe aquecer do frio da noite. O bondoso homem acolheu-os amigavelmente dando-hes água e comida. 


Alimentados e mais fortes, os sobreviventes retornaram a sua morada de origem, e após algum tempo, retornaram a colina, local do encontro com o caçador, trazendo a primeira imagem de N. S. do Livramento, medindo cerca de 50 centímetros.
Em cumprimento ao voto ergueram uma tosca e pequena casa de oração dotada de um altar para veneração à milagrosa Virgem do Livramento .


Em 1702, dois anos após o fato, a Capitania de Pernambuco doaria ao português Domingos Machado Freire, natural da Província de Minho, em Portugal, várias léguas de terra na Sesmaria de Santa Cruz do Coreaú (Granja) cuja imensa área partia da margem oriental do Rio Coreaú indo até o Riacho Tiáia, o que o tornou um dos maiores posseiro de terras da velha Macaboqueira.


A história da existência da casa de oração com a imagem de N. S. do Livramento espalhou-se e vários milagres atribuídos à Santa foram acontecendo, elevando a devoção de muitos e o local passou a ser visitado em romaria pelos moradores da região. 


Era a Cura da Ribeira do Coreaú, cuja jurisdição pertencia Padre João de Matos Monteiro, que chegou ao curato em 1713.


Segundo os registros de assentamentos eclesiásticos, em 1719, o colonizador Domingos Machado Freire, por devoção a N. S. do Livramento, construiu no local a Capela primitiva e doou meia légua de terra, tendo como ponto central uma pedra existente no terraço da casa de Manuel Joaquim Salgado, um dos primeiros moradores que residia no lugar.


Domingos Machado Freire faleceu no dia 15 de março 1754, aos 80 anos de idade, sendo sepultado no interior da Capela que ele construíra. Solteiro e sem filhos, deixou um rico legado ao jovem primo Gerônimo Machado, que fixou morada à margem do riacho Pará, localizado à direita da antiga Capela. 


Em pouco tempo começou surgir as primeiras casinhas e os moradores decidiram chamar do pequeno povoado de "Pará ou Parazinho ", nomenclatura provavelmente originada do nome do lago ou do riacho, que no idioma Tupi-guarani significa “água parada”. 


Em 1906, o então vigário de Granja, Monsenhor Vicente Martins edificou no local da Capela a igreja-mãe, que ganhou formato de cruz, símbolo real da cristandade, onde atualmente funciona o Educandário.


O crescente número de devotos obrigou a construção de uma nova igreja, bem maior e com mais espaço para receber os devotos.
Assim, em 02 de Julho de 1941 foi lançada a Pedra Fundamental da Igreja atual. 


Em 16 de Janeiro de 1944 aconteceu a missa inaugural do novo templo religioso cristão, cuja benção foi celebrada ilustre granjense Monsenhor Vitorino de Oliveira.


A cada ano a Festa de Nossa Senhora do Livramento ostenta mais fulgor. Durante todo esse período festivo, o distrito de Parazinho transforma-se num lugar vibrátil e trepidante. Uma massa incomputável de romeiros enche o lugarejo, surgindo invariavelmente dos mais longínquos e diferentes lugares e até outros Estados. Os que vêm de longe chegam soltando foguetes, em lotações do tipo “Jardinheira”, meio de transporte ainda comum hoje em dia, além de ônibus e vans fretadas. A maioria fica alojada no Abrigo de Romeiros, dormindo em redes, nas carroçarias dos caminhões, ou ainda em casas de amigos ou parentes.


Eis ai um breve relato histórico da Festa de Nossa Senhora do Livramento do Parazinho.

Por: Raimundo Pompe
Texto retirado da página do facebook


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Só para enriquecer mais o seu texto, eis um dado que eu acho interessante: Até o ano de 1899 a festa do Parazinho não tinha data fixa, era celebrada, portanto, no primeiro domingo de julho. Apenas em 1900 ela foi fixada a 2 de julho, que foi o primeiro domingo de julho daquele ano e também era a data que celebrava-se antigamente, a festa da Visitação de Nossa Senhora. Essa data foi fixada pelo Pe. Leandro Teixeira Pequeno. Outro detalhe é que: a construção da igreja nova deve-se sem dúvidas ao Pe. Manoel Victorino de Oliveira, mas ela foi benta pelo Bispo-Conde de Sobral, D. José Tupynambá da Frota. O arquiteto da igreja nova foi o italiano Agostino Balmes Odísiso. 

Por: Everton Oliveira 
Texto retirado da página do facebook 

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INAUGURADA A 16 DE JANEIRO DE 1944
Segundo Monsenhor Sadoc, autoridade em matéria eclesiástica da zona norte do nosso Estado, em 4 de outubro de 1728, a capela primitiva, e que ainda hoje existe, localizada aos fundos da atual, foi construída pelo Capitão Domingos Machado Freire.
         Em 1915 e 1916, o então vigário de Granja, Pe. Vicente Martins da Costa, ampliou a antiga capela, que só tinha um vão, acrescentando-lhe os dois alargamentos laterais, e a sacristia, com que ficou em forma de cruz. Para esses melhoramentos foram utilizados material e trabalhadores então empregados na construção do Açude Parazinho. Mas foi o Monsenhor Vitorino de Oliveira, quem, tendo obtido a necessária autorização do bispo de Sobral, providenciou o erguimento do atual santuário.
         O projeto era de Agostinho Odísio, e a inauguração veio a ocorrer em 16 de janeiro de 1944, com a benção de Dom José Tupinambá da Frota, ante vários vigários de cidades próximas.
         A nave central, assenta sobre colunas cilíndricas, de bases oitavadas e grandes capitéis pintados de cores vivas, que suportam quatro arcadas, abrindo para os corredores. O arco-mor firma-se sobre pilastras quadradas, e outros dois arcos abertos diretamente nas paredes, ladeiam o altar-mor.

PRIMITIVA CAPELA DATADA DE 1728






DETALHE DO ALTAR MÓR DA ANTIGA CAPELA

  
 ANTIGA CAPELA AMPLIADA


O forro é alto, em placas de gesso; o piso é mosaicado, elevando-se em dois degraus para o altar, isolado por baixo gradeado de ferro, que supostamente deve ter vindo da antiga capela.
         Os braços da cruz, muito curtos, com cinco faces para o exterior, contêm altares, de Santa Luzia e de São Sebastião, à frente de cujas imagens ficam, ainda, Santa Rita e São Pedro. A parede dos fundos é mais larga, com as mesmas aberturas laterais para aeração e iluminação. Esses altares idênticos compõem-se de mesas assentadas sobre colunetas quadradas, dois degraus, acima dos quais se elevam colunas cilíndricas, em parte embutidas nas paredes, que sustentam um frontão singelamente ornamentado. No espaço delimitado por essas colunas forma-se o nicho, onde ficam os Santos, ladeado por novas pilastras menores.
         Nos fins dos corredores, aos lados do altar-mor, com piso tão elevado quanto este, encontram-se outros dois altares, com São Expedito e Santa Terezinha nos nichos, e o Coração de Jesus, São Vicente e Nossa Senhora Aparecida sobre degraus. Estes são diferentes: as colunetas são de
Secção redonda, sob a mesa; as colunas superiores da frente são destacadas das paredes, enquanto as posteriores, bem menores, só aparecem pela metade das suas espessuras. Também os frontões são mais altos, de decorações mais complexas, tendo os nichos o formato de janelas góticas.
         Nota-se que estes quatro altares são inteiramente construídos de alvenaria e cimento, com reboco comum e pintura à óleo, pelo que se pode supor que não são de autoria de Agostinho Odísio. Nos dois das asas predominam as cores azul e verde, enquanto nos demais aparece, também, um róseo forte, que atrai a atenção.
         O altar principal é de marmorite e muito bem acabado. Colunetas que bem imitam o mármore suportam a ara. O Sacrário, com pequeninas colunas, assenta sobre o segundo degrau, tendo porta metálica. Sobre esta fica a tenda para exposição do Santíssimo, hoje com um pequeno crucifixo e um jarro de flores; são quatro novas colunetas e a cobertura com uma cruz no cimo. No segundo degrau, ladeando o Sacrário, vêm-se as efígies de São José e São Brás.

DETALHE DO ALTAR MOR E DA IMAGEM DA PADROEIRA
Há uma passagem para a sacristia atrás do altar, mas este se prolonga para o alto, na parede dos fundos, com pedestal que recebe a imagem da Padroeira. É um desenho, revestido de marmorite, que chega aos consolos sobre os quais fica a imagem, antiga, tradicional, colonial, de amplas
vestes, o Menino Jesus no braço esquerdo, com vestidinho de pano branco, e um cetro empunhado pela mão direita.
         O altar versum populus é de madeira, obra singela, assim como a tribuna para leitura das epístolas, que é torneada.
         Atrás do altar, no centro, fica a sacristia, com depósitos minúsculos aos lados, constituindo o conjunto uma figura de dois quadrados aos flancos de um pentágono.
         Na sacristia se encontra uma pequena curiosidade: um lavatório metálico portátil, suspenso em placa de madeira afixada à parede, que exibe uma plaqueta: “comprado na luneta de ouro, no Rio de Janeiro, e oferecido por Antônio Pereira de Oliveira”. Originalmente deve ter sido prateado e brilhante, mas hoje está baço e escuro.
         Aos lados da entrada ficam portas com lavores de madeira, cerrando pequenos aposentos, onde ficam a Pia Batismal e a escada. Acima das arcadas, sobre os corredores, assim como sobre o teto da sacristia, que é mais baixo, abrem-se vários lanternins.
         No exterior: nos fundos das capelas, no alto, ficam nichos escavados nas paredes, não ocupados, havendo acima uma pequena estrutura, com
uma cruz superior. A cumeeira da nave aparece por trás, acima do telhado da sacristia, com frontão e cruzeiro.
As fachadas laterais têm duas portas e duas janelas, até as asas; duas janelas aos lados destas; mais uma porta e duas janelas na altura da capela-mor, e uma porta ao lado, duas janelinhas e três janelas na face posterior, correspondentes aos lados da sacristia.


A torre, única, na frente, com todas as das igrejas de Agostinho Odísio, tem base avançada quanto do restante da fachada, com arcos em três lados, formando um pórtico de entrada. Nos ângulos formados pelo encontro da linha fronteira do corpo da igreja foram erguidos como pequenos torreões, com frestas para frente e estreitos santuários no cimo, já na altura do telhado da nave. No resto da fachada mais duas destas frestas, em nível mais baixo, elevando-se pináculos nos ângulos dos corredores. Não se vêem os telhados, ocultos por rasas platibandas lisas. 


Os arcos sob a torre são ornamentados por molduras em alto relevo, com óculo um pouco mais a cima. Na frente foi colocada uma placa de cimento, com figuras de cunho religioso. Mais alto, já no nível da cumeeira, a torre é recortada por duas altas frestas em cada lado, coroado cada par por óculo aberto, acima do qual começa o ápice, constituído por longa pirâmide, com ornatos em degraus no centro das suas faces e um cruzeiro no topo.


         A antiga capela ainda se encontra de pé, nos fundos, à direita da igreja nova, por muito tempo esteve abandonada e povoada por morcegos, só que no paroquiato recente do Pe. Genival Porto, foi esta capela transformada em sacristia. É evidente que ela ficava na parte mais alta da primitiva povoação.
DETALHE DOS FUNDOS DA IGREJA
Com o desenvolvimento da vila de Parazinho, a nova igreja ainda está isolada, mas muitas casas lhe ficam a cavaleiro, em parte mais alta do declive, e o maior espaço disponível lhe fica aos lados, ou atrás, havendo um muro baixo na frente e atrás foi necessário construir um grande aterro para protegê-la.


































Por: ALEXANDRE FONTENELE BATISTA

4 comentários:

AMOS TABOSA SOARES disse...

muito interessante, nossas historias e nossa cultura precisa cer mais divulgado e apreciado pois qualquer historia e bonita.

Rodrigo Matos disse...

Incrível! Nossa história deveria ser valorizada, é necessário por tanto lecionar tal história em nosso distrito! Trazendo assim um resgate cultural

Unknown disse...

Tenho muito orgulho de pertencer a esta terra abençoada que é o meu Parazinho, o meu Ceará.

Unknown disse...

Gostei muito de conhecer a história da minha cidade moro em São Paulo mas amo minhá cidade