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Pessoas Influentes no século XIX


O coronel João de Andrade Pessoa Anta – nasceu em Granja, então vila, a 23 de dezembro de 1787. Eram seus pais Tomaz Antônio Pessoa de Andrade, português, e D. Francisca Maria de Jesus Mota, filha de João carvalho da Mota, também português, e de D. Maria Pereira de Abreu.

Proposto seu nome pela Câmara Municipal de Granja, foi nomeado por D. João VI para o cargo de sargento-mor de ordenança de sua terra natal. Tendo o juiz de fora de Parnaíba, Dr. João Candido de Deus e Silva, em 19 de outubro de 1822, apoiado pelo coronel de milícias Simplício Dias da Silva e outras pessoas influentes da vizinha província, tomado partido a favor do movimento de libertação, e, sem base segura se declarado pela independência, partiu o Comandante das Armas da Província do Piauí, João José da Cunha Fidié, de Oeiras, que era a sede do referido comando, para Parnaíba, com o fito de debelar a insurreição que ali grassava; tal fato deu-se a 13 de novembro de 1822.

Tão logo os insurretos tiveram conhecimento de que Fidié vinha-lhes no encalço, abandonaram Parnaíba sem demora, procurando refúgio na vila de Granja. Frei Alexandre da Purificação, que então residia em Granja, foi enviado em nome da “santa causa brasileira” a Fortaleza, em busca de socorro, no que foi atendido.

O Governo da província do Ceará deu ordens para que se fortificasse Amarração (atual Luiz Correia), então pertencente ao Ceará e pondo divisor entre as duas províncias. Para lá partiu imediatamente Pessoa Anta, comandando tropas de 1ª, 2ª e 3ª linha. Sua pronta e valorosa ação impediu que Fidié fizesse uma incursão, como pretendia fazê-lo no Ceará.

Por vezes, as tropas de Granja, sob o comando de Pessoa Anta, desbarataram e afugentaram em vários combates as forças enviadas por Fidié, tendo este, alguns de seus oficiais inferiores e soldados capturados pelos granjenses.

Do mesmo modo impediu Pessoa Anta que o capitão-tenente Francisco de Salema Freire Garção, comandante do brigue infante D. Miguel, fundeado na foz do Rio Igaraçu (Parnaíba), desembarcasse tropas em Amarração (atual Luiz Correia), como lhe fora proposto pela Câmara de Parnaíba, que fora restaurada após a fuga dos rebeldes; desejava aquela câmara que Garção, ali entrando com as forças sob se comando, fizesse face às ameaças dos que “... da parte da província do Ciará tentão invadir esta dita vila e à força plantar nella o novo systema da Independencia do Brazil com excluzão do Governo d’EIRei Constitucional, o Sr. D. João sexto...”

Pessoa Anta somente regressou à Granja quando Parnaíba já estava em completa segurança.

Pela seu envolvimento pela sua malfadada Confederação do Equador, haveria o Coronel João de Andrade Pessoa Anta de pagar um preço bem pago, tendo sido passado pelas armas a 30 de abril de 1825, em Fortaleza.


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João Porfirio da Mota – vereador por vários mandatos, era irmão de José Romão da Mota, poderoso e temido chefe politico de Granja no século XX. Participando ativamente da insurreição, tendo inclusive assistido à Proclamação da República do Equador, na capital da província, em 1824, ao ver fracassada a revolução, e tendo começado as cruéis perseguições movidas pelos imperialistas contra os envolvidos, fugiu Porfirio da Mota para o Maranhão, de onde, ajudado por pessoas com as quais mantinha relacionamento comercial, embarcou para Liverpool (ou Boston, nos Estados Unidos, segundo Cruz Abreu), aí permanecendo até ser decretada a anistia, quando então pode regressar.

Fuga extremamente arriscada, a de Mota, para o Maranhão, cheia de aventuras, conseguindo embarcar disfarçado, correndo grande perigo.

Desempenhou Porfirio da Mota importante papel na politica da província, tendo sido inclusive, deputado no biênio 1848-1849 e vice-presidente da Assembleia provincial. Foi juiz ordinário e atingiu o posto de tenente-coronel do Batalhão da Guarda Nacional de Granja.

Era casado com D. Ana Porfirio do Sacramento, natural de Pernambuco. Segundo Cruz Abreu, Porfirio de Mora faleceu em Recife a 15 de março de 1851, de uma queda desastrada que fizera-o rolar pela escada abaixo no sobrado em que se achava hospedado, às vésperas de seu embarque para Granja.


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Francisco de Paula Ferreira Chaves – foi tabelião e escrivão de Câmara Municipal de Granja. Era natural de Aracati. Foi um dos signatários da Ata da seção do Senado da Câmara da Vila de Granja, datada de 12 de julho de 1824, quando a nobreza, clero e povo do Município de Granja, em um belo gesto e viril, recusaram-se a aceitar o projeto de constituição outorgada pelo Imperador.

Tomando parte do movimento republicano de Granja, haveria Ferreira Chaves de ser cruelmente espancado pelos índios de Viçosa, quando estes invadiram a vila de Granja, tendo à frente Gonçalo Luiz de Carvalho, rancoroso inimigo do coronel Pessoa Anta, a quem buscava prender. Tal rancor devia-se de o coronel Pessoa Anta mover um processo contra Carvalho por roubo de gado.


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Antônio Zeferino da Mota – O Caju de Granja, era filho do coronel Francisco de Carvalho e Mota, tio do coronel Pessoa Anta. Havendo participado do movimento revolucionário de 1824, durante a reação monárquica que se lhe seguiu, refugiou-se em Parnaíba, de onde retornou depois da anistia.

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Joaquim da Costa Sampaio – juiz ordinário trienal e juiz presidente Senado da Câmara. Participou da revolução republicana de 1824 em Granja. Era filho do Capitão Mor da vila José da Costa Sampaio.

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Inácio José Rodrigues Pessoa – português, era casado com D. Francisca Maria de Jesus, irmã de Pessoa Anta. Rodrigues Pessoa era farmacêutico e Advogado; envolvendo-se na insurreição republicana foi dos primeiros a abjurá-la, na prisão, onde permaneceu pouco tempo. Morreu envenenado em Parnaíba, aonde tinha ido tratar de uma questão no caráter de advogado, em 1850.

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Antônio José Honorato de Barros – pernambucano, 4º vigário da freguesia de Granja, onde sucedeu ao padre José Sancho de Lelou. Tomou posse da freguesia em 1808, regendo-a até 1829, quando faleceu, sendo sepultado na capela-mor da Igreja Matriz.


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José da Costa Sampaio – português, natural de Sam Paio Carvalhal, termo de Barcelos, bispado de Braga. Era capitão-mor da vila de Granja e foi pessoa de grande influência em seu tempo. Era casado com D. Maria Joaquina Santiago, tendo deixado numerosa família.

João de Deus Sampaio – filho do capitão-mor da vila, exerceu os cargos de juiz de órfaõs e juiz ordinário. Em 1833 teve seu nome incluído em uma “Lista geral dos Cidadãos apurados para jurado” e posteriormente seria capitão da Guarda Nacional.


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Antônio Vaz dos Santos - era português, tendo emigrado ainda jovem para o Brasil. Conseguiu acumular grande fortuna na região de Granja; era casado com Clara Maria Rodrigues, neta do capitão-mor Pedro da Rocha Franco.

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Francisco Pereira de Brito - era descendente de Agostinho de Brito Passos, português natural de Santa Eulalia dos Passos, bispado do Porto. Agostinho de Brito Passos estabeleceu no povoado de Macaboqueira primitivamente denominado de Santa Cruz do Coruayhú e Camusy, local da atual cidade de Granja, no primeiro quartel do século XVIII. Esse arraial, que deu origem à cidade, foi povoado de inicio por aventureiros baianos e portugueses, estabelecido com o fito de negociar com os indígenas da região.

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Miguel Pereira de Oliveira – era irmão de Joaquim Pereira de Oliveira, sendo ambos filhos de um outro Joaquim Pereira de Oliveira, que foi, em 1776, oficial da primeira Câmara Municipal de Granja.

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Antônio da Silva Barros – teve seu nome incluído em 1883, na “Lista geral dos cidadoens apurados para jurados”.

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João Alves Passos – alcunha de João Ruim, era homem violento e cruel. Mora no Jenipapo, local distante oito léguas da vila. Em 1840 Alves Passos, incorporou-se as forças que, sob o comando do Major Joaquim Ribeiro da Silva, de Sobral, forçaram os Balaios a se retirarem das fronteiras da província, a qual queriam invadir; o Major Joaquim Ribeiro da Silva foi pela Sambaiba, tendo ali descansado, juntamente com João Alves Passos, José Domingues e um corpo de cavalaria aproximadamente de 300 homens armados. Mais além, reunidas suas forças com as do tenente-coronel Francisco Xavier Torres, intimaram os Balaios à retirada; reconhecendo a grande superioridade numérica das forças legalistas e receosos de sofrerem fragorosa derrota em sangrento combate, abandonaram os Balaios aquela região. João Alves Passos teve seu nome incluído na lista dos cidadãos que deveriam servir como jurado no ano de 1844.

Exerceu os cargos de 2º substituto do juiz municipal e 1º suplente de delegado; estando processado por crimes, foi suspenso das funções de substituto do juiz municipal. Em 5 de fevereiro de 1845 o Presidente da Província e Comandante das Armas do Ceará, tenente-coronel Inácio Correia de Vasconcelos, o demitiu do cargo de suplente de delegado.

Desavindo João Ruim com seu próprio irmão, matar-se-iam mutuamente a 9 de outubro de 1845, quando aquele atirou neste com o bacamarte; “... e como logo não morresse lansando-se a ele furiozo o maltratou igualmente com dous sequazes, o filho lansando-se ao pay com umma faca o traspassou, o qual logo expirou, e o filho sipoé-se tão logo já morto”.


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José Inácio de Carvalho – era português, tendo sido companheiro de travessia, de Portugal para o Brasil, por volta de 1780, de Tomaz Antônio Pessoa de Andrade. Casou-se com D. Eugenia de Brito Passos, filha do português Agostinho de Brito Passos, natural de Santa Eulália dos Passos, do bispado do Porto, e de D. Joana Pereira de Sousa, sendo essa ultima natural de São Francisco do Recôncavo.

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Joaquim Pereira de Oliveira – era casado com Felicidade Perpetua de Melo, bisneta de Pedro da Rocha Franco, falecido em 1754, é bisavô do comerciante granjense Raimundo Joaquim de Oliveira, que fundou em 1893, a firma Joaquim Pereira de Oliveira & Filhos, uma das maiores casas comerciais que já houve em Granja e que conseguiu manter-se até pouco tempo. Os Pereira de Oliveira são uma antiga família estabelecida na ribeiro do Timonha a mais de duzentos anos.

Em 1º de julho de 1776, quando o ouvidor geral e corregedor da comarca, João da Costa Carneiro e Sá fez o auto de assinalação de patrimônio para a Câmara Municipal de Granja, então recentemente elevada a categoria de vila, outro Joaquim Pereira de Oliveira (pai dos dois subscritores) era oficial da mencionada câmara. Uma filha de Joaquim Pereira de Oliveira e de Felicidade Perpetua de Melo, chamada Maria Clementina de Melo, casou-se com Manuel da Cunha Veras, tendo, deste casamento, nascido outro Joaquim Pereira de Oliveira (também conhecido como Joaquim da Cunha), que foi o pai do comerciante Raimundo Joaquim de Oliveira, acima mencionado; como se pode ver, este ramo da família deveria assinar-se Cunha Veras e não Pereira de Oliveira.

Fonte: Livro - Quadros da Historia de Granja no Século XIX (de André Frota de Oliveira)
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1 comentários:

Heldo disse...

Prezado, fui informado que nesse livro há informações biográficas sobre Manoel Joaquim da Paz. O estimado pesquisador pode me confirmar a informação?