IGREJA
MATRIZ DA EXTINTA PARÓQUIA DE IBUAÇU
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Não
há dúvida de que esta igreja foi originariamente construída nos primórdios da
colonização lusa, por volta de 1700. Antes da igreja que hoje existe construída
de tijolos e telhas, existia uma outra feita de taipa e coberta com palhas de
carnaúbas, que parece ter sido posta a baixo em 1726, pois a 16 de agosto desse
ano, o jesuíta Pe. Manoel Francisco Lira batizou uma filha do Comissário Geral
Pedro da Rocha Franco no sítio Ibuaçu de sua propriedade, e ereta logo após em
tijolo, estando outra vez em funcionamento em 3 de janeiro de 1729, quando foi
batizada Ana Maria, também filha do dito Comissário. Depois, instalada a
Freguesia da Ribeira do Coreaú, com sede na futura cidade de Granja, Ibuaçu
estagnou.
A Igreja de Santo Antônio do Ibuaçu,
chamada de capela de índios, foi reconstruída em pedra e cal após a expulsão
dos jesuítas, em 1729, e foi melhorada pelo Pe. Antônio Carneiro, quando tratou de transforma-la em Matriz; em seguida
deixou de ter maior assistência, motivo pelo qual conserva aspectos originais;
depois de longa estagnação, embora permaneça
como pobre povoado, tem crescido a população e adjacente agrupamento humano, de
tal forma que tem dois acessos, por estrada recentemente asfaltada, até Santa
Terezinha e de lá por estrada de terra – o melhor e mais longo, ou por Timonha
– onde hoje fica a sede da Paróquia subordinante, vencendo uma serra íngreme.
O altar-mor da igreja tem Santo Antônio
tem um nicho de alvenaria, construído por pilastras e frontão com singelas
ornamentações no reboco, sobre um ressalto, que fica acima de um Sacrário de
madeira. Este é ladeado por batentes, onde ficam: imagem antiga do padroeiro –
talvez a original da antiga capela, de madeira, com singularidade de não estar
com o Menino Jesus nos braços e apresentar a figura de um frade obeso, com um
livro em uma mão e uma cruz em outra; ainda, imagens do Coração de Jesus, Nossa
Senhora da Conceição, São Sebastião, Nossa Senhora de Fátima e São Francisco.
Abaixo, a mesa usual, de cimento, com duas colunas quadradas sob seus extremos.
O todo fica dois degraus acima do piso comum.
CAPELA MOR |
A pequena capela-mor tem arcos para todos os lados, e arco-mor para a nave, este
forrado de madeira.
À direita, o fundo do corredor foi
murado, para formar minúscula sacristia; à esquerda, nesse espaço, fica um
altar de Nossa Senhora Aparecida, mais ou menos ao modelo do principal, de
alvenaria, com mesa de cimento, sobre colunas redondas.
Os corredores são largos, de três metros, subdivididos
por arcos na altura do arco-mor e fechados, em ambas as extremidades, o da
esquerda, e com porta para frente, o da direita.
A nave, de seis metros por dezesseis, tem dois altares
junto ao arco-cruzeiro, dedicados à Nossa Senhora da Conceição e São José,
simples, ainda com suas mesas, decoradas com aplicações e baixos relevos,
salientados, como os demais, pela pintura, em azul, branco e rosa. Abre-se por
três arcos plenos para corredores, arcos abertos nas paredes de 60 centímetros , que
se conservam, em segmentos, entre eles.
Consta que atrás do altar da direita existia uma
lápide antiga; mais atrás conserva-se outra, com os dizeres: “Jazigo de D.
Thereza Maria de Jesus, nascida em 1809 e falecida em 29 de março de 1875.
Casada com Manoel Roiz Carneiro, de cujo matrimônio deixou 9 filhos,
mergulhados em acerba dor e em sinal de profunda saudade mandaram erigir essa
lápida. Resquiescat in pace” .
Na mesma altura, à esquerda de quem entra, conserva-se
o púlpito, fixado na parede, feito de madeira, provavelmente cedro, quadrado,
com almofadas salientes e fundos em cúspide invertida. Há um sobre-céu, com
bordas decoradas de pequeninos pingentes.
Sobre a entrada fica o antigo coro, de piso de madeira
e balaustrada para o lado de nave; a escada para o alto, rústica, muito empinada,
fica à direita; à esquerda o espaço ao lado da entrada é fechado, como se
houvesse projeto de fazer-se, ali, uma torre (O povo chama esse espaço, com estreito acesso pelo coro, de buraco dos
mortos, porque ali existiriam ossadas, talvez restos dos sepultamentos dentro
da igreja; ou acredita que ali era uma espécie de prisão, onde os penitentes
faziam contrições, no tempo dos jesuítas.), que não há abertura no térreo.
A
igreja tem porta central, larga, de 1,20 metros , e outra lateral, menor, na frente;
nesta, ainda, duas janelas clareiam o coro. A parte superior da fachada é quase
horizontal, com pináculos nos ângulos e cruz ao meio. Aos lados abrem-se duas
portas e três janelas, sob a cornija que vem da fachada, e de baixo ático ao
meio. Aos lados abrem-se duas portas e três janelas, sob a cornija que vem da
fachada, e baixo ático.
Isolada, aos lados, com amplo espaço aberto à frente,
tem residências bem próximas aos fundos. No paroquiato do Pe. Wilson Pereira da
Silva, foi
feito uma mureta cercando-a, com um patamar de piso pedras locais, para evitar
que animais soltos aí acampassem, maculando a proximidade da Casa do Senhor com
dejetos.
Resta antigo forro de madeira, sobre o altar, ficando
a coberta aparente no resto da igreja; o piso é de mosaicos.
Fora da mureta conserva-se um pequeno
cruzeiro, de madeira, sobre base de alvenaria. Em torno fica o casario modesto
dos habitantes atuais, que dizem restarem algumas pedras da casa do Pe. Antônio
Carneiro, nas proximidades.
DETALHE DA IMAGEM DO PADROEIRO S. ANTONIO |
DETALHES DO CORO |
Por:
GRANJA, MINHA TERRA NOSSA HISTÓRIA
ALEXANDRE FONTENELE
BATISTA
3 comentários:
Desejria muito falar com o senhor. Wilson Belchior Fernandes Meu E-Mail atual é : wilsonbelchiorengo@hotmail.com
O professor pernambucano Alexandre Alves já ministrou aula In loco com os alunos do IFETE nesta Igreja, bem como, já publicou pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, um artigo sobre a mesma.
O professor pernambucano Alexandre Alves já ministrou aula In loco com os alunos do IFETE nesta Igreja, bem como, já publicou pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, um artigo sobre a mesma.
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